Gilberto dos Anjos responderá por matar mãe e três filhas em 2023; com histórico de crimes brutais, ele já acumula quase 40 anos de condenações e pode atingir pena máxima.
Está marcado para o dia 7 de agosto de 2025 o julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos, acusado de cometer um dos crimes mais brutais da história recente de Mato Grosso: a chacina de uma mãe e suas três filhas, em Sorriso/MT, no norte do estado.
O pedreiro, de 48 anos, responde pela morte de Cleci Calvi, de 46 anos, e das filhas dela: Miliane (19 anos), Manuela (13) e Melissa Calvi Cardoso (10).
O crime, ocorrido em 24 de novembro de 2023, ganhou repercussão nacional pela extrema violência empregada e pelo histórico de reincidência do acusado.
Segundo a denúncia, Gilberto invadiu a casa da família durante a madrugada, matou as quatro vítimas e ainda cometeu abuso sexual, conforme apontaram laudos periciais.
A investigação concluiu que o ataque foi premeditado.
O caso gerou comoção em todo o estado e motivou protestos em defesa das vítimas de feminicídio e violência sexual.
A data do julgamento foi divulgada nas redes sociais pelo advogado criminalista Conrado Pavelski Neto, assistente de acusação no processo.
Ele compartilhou uma imagem das vítimas com a frase.
“A Justiça terrena está próxima. Que sejam guardadas as boas lembranças”.
Crimes anteriores: um histórico de violência extrema
Gilberto dos Anjos não é réu primário.
Antes da chacina, ele já havia sido condenado por estupro, tentativa de feminicídio e homicídio triplamente qualificado.
Em março de 2024, ele foi sentenciado a 22 anos, 7 meses e 10 dias de prisão após estuprar uma mulher sob ameaça de morte, em Lucas do Rio Verde/MT, no ano anterior.
Depois do abuso, ele tentou matá-la, mas a vítima reagiu e sobreviveu.
A mãe da jovem também foi agredida ao tentar socorrê-la.
O juiz determinou a prisão imediata e negou o direito de recorrer em liberdade.
Dois meses depois, em maio de 2025, Gilberto foi condenado a mais 17 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Osni Mendes Araújo, morto em 2013, na cidade de Mineiros, em Goiás.
O crime só foi completamente elucidado anos depois.
De acordo com o processo, Gilberto e Osni se conheceram em um bar, seguiram de carro para outro local, e no caminho, o jornalista foi espancado e estrangulado com a própria camiseta.
O réu ainda roubou o carro da vítima e usou o veículo por meses, até ser localizado e confessar o homicídio.
Apesar de ter sido preso à época, Gilberto ficou apenas seis meses na cadeia e fugiu, permanecendo foragido por quase dez anos, até sua prisão após a chacina de Sorriso.
Justiça à vista
Com o julgamento marcado, o processo caminha para uma possível terceira condenação. Somadas, as penas já aplicadas a Gilberto chegam a quase 40 anos de reclusão. Caso seja condenado novamente, ele poderá alcançar o tempo máximo de cumprimento de pena permitido pela legislação brasileira, de 40 anos em regime fechado, segundo o artigo 75 do Código Penal.
Organizações de defesa dos direitos das mulheres e das crianças já anunciaram que vão acompanhar o julgamento. A expectativa é de lotação no plenário do tribunal do júri e forte cobertura da imprensa regional.