Fenômeno climático deve garantir chuvas mais cedo e abrir espaço para milho segunda safra em 2026.
Com o fim do vazio sanitário se aproximando, cresce a expectativa para que o plantio da safra 2025/26 de soja comece mais cedo em diversos estados produtores. A formação do fenômeno La Niña, prevista para novembro, é considerada fator decisivo, já que pode trazer chuvas regulares logo no início do ciclo agrícola.
Diferente da temporada anterior, quando a estiagem castigou lavouras entre dezembro e janeiro, a tendência agora é que o pico do fenômeno se concentre em novembro. Essa mudança pode reduzir riscos justamente na fase mais sensível da soja, entre janeiro e fevereiro.
Principais estados afetados
As projeções indicam impactos diretos em estados que concentram a produção nacional, como Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Nessas regiões, o início antecipado das chuvas deve acelerar o plantio da soja e ampliar a segurança para o cultivo do milho segunda safra em 2026.
No Paraná, por exemplo, o vazio sanitário termina no próximo dia 31 em algumas regiões, permitindo a retomada imediata das atividades no campo. Em outros estados, os prazos se estendem até 30 de outubro.
Expectativa de recorde
Para 2025, há previsão de chuvas já em setembro, possibilitando colheitas antecipadas a partir de dezembro em áreas precoces. Isso pode garantir maior volume de grãos disponíveis já em janeiro de 2026, fortalecendo tanto o mercado interno quanto as exportações.
As estimativas de safra variam entre 170 e 180 milhões de toneladas, impulsionadas pela ampliação da área plantada e pelo equilíbrio climático esperado no Centro-Oeste e no Norte do país.
Riscos e atenção no Sul
Apesar do cenário promissor, especialistas alertam para riscos no extremo sul do Brasil, como estiagens pontuais, geadas e ondas de frio que podem comprometer lavouras precoces, sobretudo de milho.
Impactos em outras culturas
- Café: deve se beneficiar da volta das chuvas, mas pode sofrer com floradas múltiplas.
- Cana-de-açúcar: tende a registrar ganhos de produtividade em 2026, mas excesso de chuva pode reduzir a janela de moagem.
- Laranja: favorecida pela umidade, deve apresentar boas perspectivas de produção.
