Fundadores contestam acusações contra magistrados feitas por administradores do fundo que controla 60% da companhia endividada.
O conflito societário dentro do Grupo Safras, que acumula cerca de R$ 2 bilhões em dívidas, ganhou novo capítulo com a manifestação apresentada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). Os fundadores da empresa, Dilceu Rossato e Pedro de Moraes Filho, protocolaram petição para se desvincular das acusações feitas pelos atuais gestores contra magistrados do Estado.
O grupo está sob administração do fundo AGR I, criado pela AM Agro e gerido pela Yards Capital, que detém 60% do controle e conduz a reestruturação da companhia.
Acusações polêmicas
Na peça recursal, os novos administradores da Safras fizeram duras críticas ao Judiciário mato-grossense, afirmando que ainda existiria uma “fábrica de compra de sentenças judiciais”, mesmo após operações policiais e restrições impostas a investigados.
Ex-donos reagem
Rossato e Moraes Filho alegam que não pretendem interferir no recurso, mas consideraram necessário defender sua honra e se posicionar diante da gravidade das declarações.
“Os trechos afrontosos são absolutamente inadmissíveis. Os peticionários rechaçam expressamente tais alegações ofensivas contra qualquer agente do Poder Judiciário e reforçam a confiança que têm na soberania do Poder Judiciário e do Estado Democrático de Direito”, registraram na manifestação.
A iniciativa escancara a distância entre os antigos controladores e os atuais administradores, ampliando a instabilidade em meio à tentativa de recuperação da companhia.
