Expectativas de compras chinesas e avanço diplomático impulsionam grãos na bolsa americana; farelo e óleo também disparam.
As cotações da soja registraram forte valorização na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (2), acumulando alta superior a 2% nos contratos futuros. A movimentação positiva do mercado reflete o clima de otimismo gerado por novas possibilidades de acordos comerciais entre China e Estados Unidos envolvendo o setor agrícola.
Segundo informações da agência Bloomberg, autoridades chinesas avaliam a possibilidade de retomar compras de produtos agrícolas norte-americanos ainda esta semana. A consultoria Agrinvest Commodities apurou que Pequim pode realizar aquisições simbólicas como gesto político até a próxima sexta-feira (4), sinalizando disposição para avanços no diálogo bilateral. Até o momento, a China ainda não adquiriu volumes da nova safra de soja dos EUA no mesmo período do ano passado, 18 navios já haviam sido negociados.
Às 13h30 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa operavam com ganhos entre 15,75 e 20,50 pontos. O contrato de julho subia para US$ 10,40 por bushel, enquanto o de novembro avançava para US$ 10,44 por bushel.
A pressão altista foi reforçada pelas valorizações paralelas do farelo de soja, com altas acima de 1%, e do óleo de soja, que ultrapassou os 2%. Os mercados de milho e trigo também acompanharam a tendência positiva.
Outro fator que influencia o mercado é a preocupação da China com possíveis acordos dos Estados Unidos com outros parceiros comerciais, como o anunciado com o Vietnã nesta quarta-feira, que poderiam enfraquecer sua posição nas cadeias globais de suprimentos.
Mesmo com a data de 9 de julho mantida para a retomada de tarifas recíprocas, diplomatas norte-americanos seguem empenhados em negociações intensas para evitar o agravamento das tensões e garantir o andamento dos acordos.